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XXIII Encontro de Veículos Antigos da Posse – Petrópolis, RJ

De camiseta cinza, Gilberto Nassif ao lado de Augusto Mósca (e) e demais membros premiados do Nictheroy clube. Pose para a foto, ao lado do Ford Fairlane Victoria

XXIII Encontro de Veículos Antigos da Posse – Petrópolis, RJ

Com uma ajudinha especial de São Pedro

Chuva que castigou o Sudeste parou durante o horário do evento

[dropcap]O[/dropcap]s pneus sujos de lama denunciavam: o tempo não estava realmente nada bom. Mas apesar da chuva que se abateu por quase todo Sudeste, em especial pela Região Serrana Fluminense, São Pedro resolveu dar uma trégua na manhã de domingo, 27 de julho. Não caiu uma gota sequer! Assim, os antigomobilistas puderam tirar da garagens as suas ‘máquina do tempo’ e prestigiar a XXIII edição do Encontro de Autos Antigos da Posse, um dos mais antigos eventos do gênero realizados atualmente no Brasil e que possui um charme todo especial. O Ciep Gabriela Mistral, no 5º Distrito de Petrópolis ficou lotado.

No alto, Mercedes Benz 280 S 1974 e Opala de Luxo também fabricado em 1974

O grande homenageado este ano foi o antigomobilista Augusto Mósca, de Niterói – RJ que chegou a bordo de seu Ford Fairlane Victoria Hardtop de duas portas, fabricado em 1955. O impecável carro norte-americano foi inclusive o tema do cartaz do encontro deste ano. Mósca é o atual presidente do Nictheroy Club de Veículos Antigos, um dos mais atuantes clubes do gênero no estado do Rio de Janeiro e que realiza no próximo domingo — 3 de agosto — seu encontro anual na Praia de São Francisco. E o clube mostrou que é realmente ‘pé quente’ e que possui em seu plantel automóveis realmente muito bons. Dos oito veículos que foram a Petrópolis, cinco foram premiados: Caravan 1988, Veraneio 1975, Opala 1974 e Mercedes Benz 280S 1974, além é claro do Fairlane, que recebeu um prêmio especial.

O Dodge M37 foi lançado em 1951 e muito utilizado pelos EUA na Guerra da Coreia

O colecionador de veículos militares Fernando Morelli levou ao evento seu Dodge M37 1951. A avantajada pick-up com tração integral foi muito utilizada na Guerra da Coréia. Por trás da cabine, presa à caçamba, estrategicamente instalada uma metralhadora .50, que acreditamos ser uma réplica.

VW 1303 Cabriolet. No detalhe a inscrição ‘fuel injection’, indicando a injeção eletrônica de combustível.

O Citroën Traction Avant 11 Légère 1949 foi um dos destaques entre os importados. O modelo francês lançado em 1934 representou uma verdadeira revolução em sua época, por inovações como a tração dianteira — daí o nome ‘Traction Avant’ —, a estrutura monobloco e o assoalho plano. O carro ficou conhecido também por sua incrível estabilidade. Diziam até que a Citroën dava outro novinho a quem conseguisse capota-lo. Pura invenção!

Camaro Type LT 1974 e Citroën Traction Avant 1948

Quem curte os Volkswagens ficou encantado com o alemão Super Beetle 1303 Cabriolet 1978 de Gilson Fernandes. O amarelinho, além do charme de ser um conversível original desenvolvido em parceria com a Karmann, possui um recurso mecânico inimaginável em nossos Fuscas e mesmo nos demais modelos nacionais nos longínquos anos 1970: a injeção eletrônica de combustível. O primeiro brasileiro com esse recurso foi o Gol GTi, de 1988.

Por falar em Fuscas, um trio nacional dividiu as atenções com o alemão aí de cima. Os ‘pretinhos básicos’ dos anos 1960 pertencem todos a uma mesma família. Um ao patriarca, Geraldo Pacheco. Os demais a seu filho e a seu genro. Em estilo ‘street’, foram todos restaurados e customizados pelo próprio Geraldo, um muito conhecido restaurador de VWs da Região Serrana. Trabalho realmente de primeira!

Geraldo Pacheco e seus netos com o trio de VWs pretos cheios de personalidade: orgulho da família

Já em estilo inteiramente original, o vermelho fabricado em 1972 pertence ao simpático casal Antonio Carlos e Patrícia. Após pertencer a um pedreiro que o usava para a labuta do dia a dia, o 1300 foi adquirido por eles e passou por um processo de restauração completo. Ficou realmente perfeito. Hoje é tratado com todo cuidado e carinho, usado somente em passeios e participação em eventos. Se chover não sai da garagem. Com sol excessivo também não!

No meio antigomobilista não faltam mesmo histórias de paixão entre homem e máquina. Veja essa: o jovem Maurício Fernandes permaneceu durante seis anos com seu Kadett GSi, com o qual teve muitos momentos felizes. Um dia resolveu vende-lo para comprar um modelo mais novo. Mas a saudade falou mais alto: um ano depois da venda tratou de compra-lo de volta.

Gilberto Nassif, o organizador do evento, homenageou também o colecionador Fernando Morelli, o Portal Maxicar, o Grupo AGMH Antigomobilistas, a Associação de Veículos Antigos de Juiz de Fora – MG, a Associação de Veículos Antigos de Paraiba do Sul – RJ. Houve sorteio de vários brindes entre os expositores.

À esquerda, Mauricio Fernandes e seu esportivo GSi. À direita, Armando, do Grupo AGMH, foi um dos homenageados

No meio da tarde a chuva voltou a cair…

 

Texto: Fernando Barenco
Fotos e edição:
Fátima Barenco e Fernando Barenco


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