Multinacional é acusada de espionar e entregar ao DOPS funcionários envolvidos com movimentos sindicais e políticos
Este documentário, publicado há 10 dias pela emissora estatal alemã NDR, revela como a Volkswagen colaborou com a Ditadura Militar. Há cerca de dois anos foi aberta uma investigação pelo Ministério Público de São Paulo para apurar as responsabilidades da empresa por violações de direitos humanos durante o período em que durou o regime ditatorial, entre 1964 e 1985.De acordo com o filme, a multinacional alemã montou um verdadeiro serviço de espionagem dentro de suas fábricas, que visava os ativistas sindicais e políticos. Muitos teriam sido presos e entregues ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). Nos próprios arquivos do órgão de repressão foram encontrados diversos boletins de ocorrência da empresa, em papel timbrado, com listas de nomes de funcionários contrários ao Regime. Há acusações inclusive de torturas dentro das fábricas. De acordo com o que foi apurado até o momento, a Matriz em Wolfsburg tinha conhecimento dos fatos.
No ano passado a própria Volkswagen contratou um historiador alemão para investigar as denúncias. Segundo Christopher Kopper “Havia uma regular colaboração entre o Departamento de Segurança da VW do Brasil e os órgãos policiais do regime”. O documentário entrevista dirigentes da empresa na época, que negam tudo com veemência.
Esta reportagem tem tido grande repercussão na Alemanha. É mais um escândalo envolvendo a Volkswagen, que recentemente teve que explicar as fraudes nos sistemas de medição de emissão de poluentes de seus automóveis. Aqui no Brasil, a grande imprensa até o momento tem dado uma cobertura bem discreta ao assunto.
Texto e edição: Fernando Barenco
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