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O Fim da era das SW no Brasil

A Fiat Weekend, última brasileira neste segmento, teve sua produção encerrada este mês. Vamos lembrar algumas das principais peruas ‘das antigas’, fabricadas no Brasil

O anunciado encerramento da fabricação da Fiat Weekend, depois de 23 anos e mais de 500 mil unidades produzidas, pôs uma pá de cal sobre um outrora tradicional segmento da indústria automobilística brasileira: o das Station Wagons — ou ‘peruas’, como queira.

Fim da era das SW no Brasil
Weekend: fim da linha

Nos últimos anos vimos o mercado desses utilitários de uso misto ser literalmente engolido pelos Sport Utility Vehicles — os cobiçados SUVs, que apesar de caros, estão na moda e têm vendido igual pão quente.

Então, que tal lembrarmos de algumas antigas peruas nacionais?

Fim das SW no Brasil
  • DKW Vemaguet – Lançada em 1956 como DKW-Vemag Universal, é considerada o primeiro automóvel fabricado no Brasil, (e consequentemente a primeira Station Wagon), segundo os critérios estabelecidos pelo GEIA. Foi rebatizada em 1961 e fabricada até 1967. Teve duas versões espartanas também: Caiçara e Pracinha. Após à compra pela Volkswagen, a marca DKW-Vemag foi extinta.
  • Simca Jangada – Essa SW oriunda da francesa Marly foi fabricada de 1962 a 1966. Tinha cinco portas e era 20 cm mais longa que o sedan Chambord. Vinha equipada com modernismos como bagageiro de teto, bancos traseiros rebatíveis, além de dois bancos extras escamoteáveis.
  • Ford Belina – Essa simpática peruinha derivada do Corcel chegou dois anos depois dele, em 1970. Não por acaso, seu design é bastante parecido com a da francesa Renault 12 Break. É que o Corcel é um projeto originalmente da Willys (adquirida pela Ford em 1967), que por sua vez mantinha parceria com a Renault — fabricou no Brasil o Dalphine/Gordini e o Interlagos. A Belina teve uma versão chamada Luxo Especial, que tinha apliques laterais que imitavam madeira, como nas luxuosas Station Wagons americanas da época.
  • Volkswagen Variant – Descendente direta da VW Type 3 Squareback alemã, a Variant foi uma derivação do 1600 ‘Zé do Caixão’ e foi lançada em 1970 (no ano seguinte viria o TL). Tinha motor 1600 plano, para ocupar menos espaço em termos de altura, permitindo a inovação de ter dois porta-malas: dianteiro e traseiro. É famoso o comercial de lançamento, estrelado pelo comediante Rogério Cardoso em que ele perguntava: “Mas onde está o motor?”. Foi fabricada até 1977, quando deu lugar à mais moderna Variant II, embora essa não tenha feito o mesmo sucesso.
  • Chevrolet Caravan – Seu lançamento aconteceu junto com a primeira reestilização da Linha Opala, em 1975, que ganhou nova grade e lanternas traseiras redondas, como no americano Impala de alguns anos antes. Com duas portas, motores de quatro ou seis cilindros e porta-malas de grande capacidade (774 litros), teve uma versão esportiva, SS. Foi produzida até 1991.
  • Chevrolet Marajó – O alemão Opel Kadett C teve sua versão brasileira, lançada em 1973: o querido Chevette. Seu sucesso redeu frutos, com versões hatch, pick-up (Chevy 500) e a pequena, mas espaçosa, Station Wagon Marajó. Lançada em 1980, foi produzida até 1989. Durante esse período vendeu mais de 40 mil unidades. Esteve disponível com motores 1.4 e 1.6 e acabamentos variados, do básico L ao caprichado SL/E.
  • Chevrolet Ipanema – Essa foi a sucessora da Marajó e compartilha com ela o mesmo ‘DNA’. É que ela (assim como o nosso Kadett), também é uma versão brasileira, só que da 5ª geração (‘E’) do Opel Kadett europeu. Ou seja: enquanto lá o modelo manteve o mesmo nome por gerações, no Brasil chegou como Chevette e depois retornou como Kadett. A Ipanema foi lançada em 1990 e sua traseira reta causou certa estranheza no início. Em versões de duas e quatro portas, foi fabricada até 1997.
  • Volkswagen Parati – Uma das Stations de maior sucesso e vida mais longa no Brasil. Lançada em 1982, foi produzida por nada menos que 30 anos, em quatro gerações. Tinha as mesmas medidas, mecânica e padrão de acabamento do Voyage.
  • Fiat Panorama – Baseada no pequeno 147, a panorama foi a primeira perua Fiat em solo brasileiro. Foi lançada em 1980, ano em que  linha 147 foi reestilizada ganhando nova frente, batizada de ‘Europa’. Tinha duas portas, além da traseira, que era alvo de reclamações dos proprietários, pois passava a sacudir bastante com o uso. Vendeu 58 mil unidades no Brasil e foi exportada também para a Europa e países da América Latina.
  • Volkswagen Quantum – A versão SW do Santana tinha motorização e características de acabamento iguais às dele. Bagageiro de teto em alumínio com hastes removíveis e tampa deslizante no compartimento de bagagem foram novidades. Com quatro portas, foi lançada em 1985 nas versões CS, CG e CD. Foi fabricada até 2003 e teve duas gerações.

Texto e edição: Fernando Barenco

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