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Encontros de automóveis antigos: o que agrada e o que aborrece

  [dropcap]A[/dropcap]no a ano a quantidade de encontros de automóveis antigos têm batido recordes no Brasil. Não conheço os números oficiais, mas não tenho nenhum receio em fazer essa afirmação, pois sei da enorme quantidade de eventos que o Portal Maxicar divulga e cobre.

Minha experiência na organização de eventos do gênero é praticamente nenhuma, mas os frequento com muita assiduidade, afinal trabalho na cobertura jornalística de muitos deles, às vezes até de mais de um num único final de semana, quando acontece coincidência de datas.

Infelizmente nem todos as pessoas que visitam os eventos tem noção do cuidado que deve ser tomado e do respeito com que o carro deve ser tratado. Se você bobeia, quando vê tem uma família inteira sentada dentro dele!

E nessas minhas andanças, acabo conhecendo muita gente do meio: diretores e membros de clubes, colecionadores, restauradores e entusiastas de veículos antigos em geral. E conversando com toda essa gente, ouço o que é bom e o que é ruim quando o assunto é encontro de automóvel antigo.

Então resolvi falar um pouco justamente sobre o que é agrada e o que desagrada a turma. Detalhes simples e até aparentemente bobos, mas que fazem toda diferença. Mas que fique claro: como já disse acima, não sou nenhum “expert” no assunto, e sim um mero frequentador e “ouvinte”. Então vamos lá:

– Se discute bastante se os encontros devem ou não cobrar taxa de inscrição dos expositores. Acho que a resposta é sim, pois em qualquer evento há custos para sua realização e dinheiro não dá em árvores, como já bem dizia a minha avó. A não ser que haja um grande patrocinador, disposto a bancar todos os custos. Se não for esse o caso, e um valor de inscrição tenha que ser cobrado, que seja uma quantia justa e que reverta em benefício do próprio expositor: um belo kit do encontro, uma ótima organização, um agradável coquetel… Vamos falar sobre cada um desses itens mais pra frente.

– Não há nada que o antigomobilista odeie mais do ver que seu amado automóvel desprotegido, sem um cordão de isolamento ou pelo menos seguranças para vigiar. Infelizmente nem todos as pessoas que visitam os eventos tem noção do cuidado que deve ser tomado e do respeito com que o carro deve ser tratado. Se você bobeia, quando vê tem uma família inteira sentada dentro dele!

– Quando o evento dura dois dias (sábado e domingo), um dos principais atrativos é o acontecimento social que acontece no sábado a noite. Seja um coquetel, um baile chique ou um simples bate-papo num barzinho, este é o grande motivo que faz com que o antigomobilista mobilize toda a família e se disponha a pagar diárias de hotel para participar dos dois dias. Portanto, se planeja organizar um evento de dois dias, a “saturday night” não pode faltar, senão o encontro ficará às moscas no sábado.

É muito constrangedor e antipático quando um antigomobilista tem seu automóvel barrado porque não se enquadra nas regras estabelecidas e em seguida vê outro na mesma situação ser liberado, porque o proprietário é amigo da diretoria do clube.

– E por falar em família, uma ótima pedida é escolher um local que disponha de um comércio variado nas proximidades, já que algumas esposas, apesar de acompanharem seus maridos, não curtem tanto os automóveis antigos e optam por aproveitar o tempo disponível para fazer compras. Antes que eu seja taxado de machista, é bom esclarecer: há muitas mulheres que curtem de verdade os automóveis antigos e não vão aos encontros apenas para acompanhar seus maridos. Muitas inclusive levam seus próprios automóveis. A palavra “antigomobilista” independe de gênero. Este tópico se refere a mulheres com outro perfil.
Outra boa ideia são as opções de diversão para as crianças, como os parques.

– Caso o kit de participação de seu encontro disponha de camiseta, duas dicas importantes: a primeira é encomendar muitas camisetas dos tamanhos G e GG, pois as P e M geralmente não servem em ninguém. A segunda dica é dispor de camisetas do tipo “baby look”, pensando novamente nas mulheres, que adoram esse modelo.

– É péssimo participar de um evento onde as opções de alimentação são poucas e caras. O ideal é que haja desde os lanches mais simples — como um prosaico cachorro quente com guaraná —, até os restaurantes nos sistemas self-service e à la carte. Ou seja, opções para todos os gostos e bolsos, já que os antigomobilistas às vezes comparecem meio “no sufoco” financeiro.

– Não se esqueça dos banheiros limpos!

– Defina com clareza e antecedência as regras com relação ao ano de fabricação dos automóveis que podem participar de seu encontro. Definido isso, siga à risca a determinação: é muito constrangedor e antipático quando um antigomobilista tem seu automóvel barrado porque não se enquadra nas regras estabelecidas e em seguida vê outro na mesma situação ser liberado, porque o proprietário é amigo da diretoria do clube. Regra é regra. Tem que ser igual para todos!

– Falando em amigos, há outra situação que deixa o expositor fulo da vida: é quando chega o momento da premiação e seu automóvel — apesar de ser disparado o melhor daquele modelo — não é premiado porque o clube prefere fazer uma média com aquele novo sócio ou com um amigo muito querido dos diretores. Tem que haver isenção. “Marmelada” definitivamente não dá!

– Ainda sobre a premiação, atenção para o horário. Ela acontece geralmente no último dia do evento e é a ultima coisa antes da turma por o pé na estrada de volta para casa. E não é raro o expositor rodar várias horas para chegar à cidade onde o encontro aconteceu. Nada mais natural que ele queira voltar cedo. Portanto, não adianta querer esticar ao máximo o evento, fazendo a premiação no final da tarde, pois quando chegar a hora, a maioria das pessoas já terá ido embora e a cerimônia de premiação será um grande fiasco. 2 da tarde é a hora limite!

– A realização de palestras e mesas redondas são atrativos extras e que sempre fazem sucesso. A moçada quer mais do que simplesmente parar seu carro no local determinado e ir para o bar mais próximo tomar cerveja (embora isso também seja importante!). Outra possibilidade é a prática de passeios e ralis de regularidade. Nem todos curtem eventos “estáticos”.

– A identificação no parabrisa de cada veículo exposto — com marca, modelo e ano — é item fundamental. Vale lembrar o caráter educativo e cultural dos encontros de automóveis antigos. A maioria dos visitantes não entende muito do assunto (apesar de gostar) e essas informações são peça-chave para que ele se interesse ainda mais e venha a se tornar também uma antigomobilista.

– Marque com o máximo de antecedência a data de seu encontro. Antes de marcar, faça contato com os clubes das cidades vizinhas e pesquise na internet os encontros já programados. Uma boa ideia é não realizar dois eventos na mesma data se as duas cidades ficarem a menos de 200 quilômetros de distância uma da outra. Um evento acaba atrapalhando o outro e todo mundo sai perdendo.

No mais, é receber bem os antigomobilistas, fazer uma boa divulgação (o Portal Maxicar está aí para isso mesmo!) e rezar bastante para não chover no dia!

 

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