Lançado em abril de 1973, ele teve um principio atribulado, mas depois recuperou seu prestígio
A Chrysler estreou o Dodge no Brasil em 1969, com o lançamento do sedan de 4 portas Dart. A chegada da norte-americana havia acontecido dois anos antes, através da compra da Simca, que fabricou aqui o Chambord, o Esplanada, entre outros modelos.
Nosso Dart era baseado no modelo dos EUA. Nos anos seguintes, surgiram as suas derivações, com a versão Coupê, o Charger R/T, o Gran Sedan e o Gran Coupê. Carros grandes e com beberrões motores V8.
Caros, eles concorriam com o Ford Galaxie e versões mais luxuosas do Chevrolet Opala, ambos também relativamente novos no mercado.
Faltava à linha Dodge brasileira um modelo pequeno, barato e econômico, que pudesse roubar uma fatia do mercado do imbatível VW Fusca, do Ford Corcel e do Chevrolet Chevette, que estava prestes a ser lançado.
Mas não havia na matriz norte-americana um modelo que pudesse atender a essa demanda brasileira, já que lá a Chrysler (assim como a maioria das outras fabricantes) só produzia carros potentes e de tamanho G ou GG, como essas SWs da foto.
Por isso, optou por adaptar e lançar no Brasil o Avenger, um pequeno carro inglês da extinta Hillman, então subsidiária Chrysler. Aqui o hatch ganhou o nome de Dodge 1800.
Ele foi lançado a toque de caixa em abril de 1973. Estava disponível apenas na versão de duas portas.
Seu motor dianteiro refrigerado a água era o 1.8 de 4 cilindros e rendia 85cv. A tração era traseira.
Pesando apenas 930 quilos, tinha ótima performance. Fazia de 0 a 100 km/h em 16 segundos, podendo chegar aos 147 km/h.
Embora compacto, era bastante espaçoso e com conforto para cinco pessoas. Disponível inicialmente nas versões L e GL, seu nível de acabamento era acima da média.
No entanto, a pressa do projeto fez com que no início tivesse problemas mecânicos e de acabamento: carburador inadequado, falhas no câmbio, defeitos na pintura...
Como consequência, a má fama inicial acabou prejudicando as vendas, que ficaram abaixo do esperado no primeiro ano: 15.145 unidades.
Os problemas iniciais foram sanados com a substituição do carburador por um modelo da Lucas; as falhas do câmbio foram resolvidas; e o controle de qualidade, aperfeiçoado.
Fabricada em 1974 e 1975, a versão esportiva do 1800 foi batizada de “SE”. Ele vinha com cores vibrantes, que contrastavam com faixas pretas e os bancos tinham uma padronagem xadrez, de estilo bem jovem.
Para exorcizar de vez o fantasma do fracasso, em 1976 a Chrysler resolveu rebatizar o 1800, que passou a se chamar Dodge Polara. Ele ficou ainda mais potente, com 93cv.
Dois anos depois passou por um “facelift’ ganhando nova grade, faróis retangulares e lanternas traseiras maiores. Opcionalmente podia ter câmbio automático. O acabamento interno ficou ainda melhor.
Em 1979 a Chrysler do Brasil foi vendida à Volkswagen, que continuou a produzir o Polara (e o restante da Linha Dodge) somente até 1981. Embora a propaganda informasse que haveria continuidade.
O Dodge 1800/Polara nunca foi um grande sucesso de vendas, tendo sido produzidos em 8 anos 92.665 exemplares. Hoje é um colecionável bem raro e considerado um injustiçado.
Redação e edição: Fernando Barenco Fotos: Propagandas de época e Bring a Trailer.com